MORAR EM APARTAMENTO. *Valdir Barreto Ramos.

Diferente de morar em uma casa, onde, na maioria das vezes se experimenta certas vantagens, como não ter vizinhos colados que possam reclamar de alguma coisa ou de incomodar também, morar em apartamento tem algumas vantagens, como uma certa segurança, não ter goteiras em dias de chuva, não sofrer com alagamentos, e coisas assim.

 

Porém há uma série de inconvenientes. Vive-se em comunidade. Quase sempre com apartamentos de um lado, do outro lado, em cima e embaixo. Vivemos em uma caixa. Semelhante a um presídio, a diferença é que com liberdade para sair e chegar.

 

Morar em apartamento significa respeitar muitas regras que em morar em uma casa não tem.

 

Abro a janela para ver o dia ou a noite e no prédio em frente alguém observa pela sua janela. Invariavelmente e sem querer olhamos juntos. Disfarçamos e nos afastamos das janelas.

 

Algum vizinho acima liga o ar condicionado e o escoamento atinge minha janela. Ligo para o sindico e a resposta é que tenho que resolver com o morador que está causando o transtorno. Preocupo-me em não gerar aos vizinhos abaixo o mesmo problema ao ligar meu aparelho. O que não quero pra mim não posso proporcionar a outros.

 

A lei do silencio, ao contrário do que muita gente pensa, não estabelece limites a partir das 22:00h e sim a qualquer hora que o barulho ou som ultrapassar os limites de decibéis. Evito assistir televisão ou ouvir músicas com som exagerado para não incomodar.

 

Já acordei com galo cantando às 04:30h da madrugada. Como acordo cedo não chegava a ser incômodo. Mas tive a curiosidade de saber por que um galo cantava aquela hora no condomínio.  Descobri que era um galo de estimação de um senhor solitário e que o galo era sua única companhia em seu apartamento. Como reclamar de um galo?

 

Temos que ter discernimento de reclamar quando realmente algo nos incomoda, como festas com barulho ou algazarra, gritaria exacerbada, brigas, ou algo que extrapole o limite do bom senso. Porém reclamar de cães que latem, gatos que miam, telefones que tocam ou celulares que despertam, aí é demonstração de falta de compreensão.

 

Limites são feitos para serem respeitados, com toda certeza, mas é óbvio que dentro da tolerância. Senão, daqui a pouco dentro de um apartamento não se pode mais soltar um pum.

 

*Valdir Barreto Ramos, sub-oficial da Marinha do Brasil, mora em Niterói no Rio de Janeiro, pertence à Turma Lima, da EAMCE de 1975.

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Pádua Marques

Jornalista, cronista, contista, romancista e ecologista.

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